A Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo.

Este artigo tem uma missão: dar-te a conhecer a fantástica organização jacobeia que escolhemos apoiar com 50% dos lucros da venda do nosso Calendário Social: a Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo.

A Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo, na sua ação, fez renascer o Caminho Português da Costa, que esteve por redescobrir, durante séculos. Foi o seu esforço e dedicação à causa peregrina que os levou a estudar e a procurar as informações que se pensava perdidas pelo tempo. Procuraram sinalizar o itinerário, obedecendo aos séculos de história e com a segurança do peregrino sempre em mente. Contribuíram grandemente para a sensibilização da comunidade em relação às dinâmicas associadas à rota jacobeia. Desta forma, esperamos conseguir passar o seu valor nestas palavras que parecem curtas para expressar a admiração que temos por cada uma das pessoas que compõe o grupo que deu novos mundos à trajetória da Costa.

Por isso, quando tivemos a ideia para o Calendário Social do Caminho Português de Santiago de 2023, este foi o primeiro grupo que nos veio à memória. Queres conhecer melhor estes entusiastas do trilho milenar e perceber o porquê de terem sido os escolhidos?

Lê este artigo até ao fim!

Quem é a Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo?

A Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo ou AACS-Viana, como também é conhecida, é um grupo jacobeu criado por peregrinos. Assim sendo, toda a sua ação serve as pessoas que se aventuram pelo nosso percurso maravilhoso.

Nascida, como o nome indica, em Viana do Castelo, foi no ano de 2004 que se oficializou esta instituição. A sua missão era, e é, levar a mais pessoas a experiência de “Ser Peregrino” e, ao mesmo tempo, promover o Caminho Português de Santiago.


Diga-se, poucos o fazem tão bem como a protagonista deste artigo.

Não só a sua história está ligada, de forma íntima e profunda, ao Caminho Português da Costa como hoje o conhecemos, mas também é responsável pela gestão de um dos albergues de peregrinos que melhor representa o espírito desta aventura pelo território português.

A história da Associação.

A cronologia da AACS anda passo a passo com o desenvolvimento do Caminho De Santiago em Portugal. Isto porque, depois de anos sem grande expressão, estes trajetos antigos foram sendo redescobertos pelos estudiosos e restantes apaixonados dessa aventura. Assim, juntos foram desfiando o novelo de pistas deixadas por antigos peregrinos e as infraestruturas que os albergavam, até desvendarem todas as provas.

Em Espanha, foi o caso da investigação do Padre Elias Valinã, lançada a partir dos anos 70 do século passado. Esta, com o ânimo do sacerdote que, por sua mão, marcou as famosas setas amarelas, foram o impulso pioneiro que reavivou o entusiasmo pelo traçado milenar.

Contudo, as associações foram também cruciais, nesta reconstrução conjunta. Por exemplo, em Portugal, de modo a dar uma nova vida ao Caminho de Santiago, que hoje conhecemos como Central, em 2002, uniram-se três associações jacobeias: a AACS- Norte de Portugal, a AGACS Asociación Galega Amigos do Camiño de Santiago e a AVACS Associação de Valença dos Amigos do Caminho de Santiago. Terminaram em 2006, de marcar o trajeto que sai de Lisboa e segue pelo centro de Portugal. 

Imbuídos de determinação, no ano do Euro de futebol, no nosso país, um grupo de peregrinos experientes cria a Associação dos Amigos do Caminho de Santiago de Viana do Castelo.

Os objetivos eram simples: fazer o percurso em terras lusitanas crescer, mas, também, explorar um misterioso trajeto, no Norte Litoral. Este tinha documentação e bibliografia. Contudo, faltava fazer o fundamental: identificar, sinalizar e divulgar o Caminho Português da Costa.

E foi o que fizeram, entre 2005 e 2010. Nestes 5 anos, foram introduzindo as setas amarelas, pela rota à beira-mar, para garantir uma experiência guiada, no percurso histórico. Do seu lado tinha a história e as marcas que ela deixa nos territórios, que são visíveis a olho nu pelos diversos edifícios e monumentos religiosos encontrados ao longo da rota, como os mosteiros e as igrejas. 

O Caminho Português da Costa. 

O verdadeiro Caminho Português da Costa é confundido, regularmente, pela sua variação moderna, a Senda Litoral. Apesar de a última ser uma travessia cheia de vida e com uma beleza única, este trilho é apenas uma trajetória promovida pela Galiza que rapidamente percebeu a mais-valia do roteiro ser inserido no Caminho de Santiago.

Mas não só, já que o traçado lusitano sofre com a sua própria beleza. A proximidade ao mar e a criação de passadiços, por parte das autarquias, foram desvirtuando o percurso milenar que foi palmilhado por peregrinos, durante séculos. O Caminho de Santiago é, na sua génese, uma histórica rota de peregrinação cristã. O seu traçado original terá de, naturalmente, estar sempre associado a vias romanas e ou medievais, de igrejas, conventos, alminhas, cruzeiros, paços, entre outras representações religiosas. O que acontece, hoje, é que vemos nascer novas rotas fora destes indicadores naturais do Caminho.

No entanto, basta seguir o senso comum, para compreender que não faria sentido para os peregrinos de antigamente fazer o esforço de atravessar o caudal de água entre Caminha e A Guarda.

Primeiro, era uma dificuldade acrescida, numa jornada que, já por si, era perigosa. Segundo, as pessoas que faziam o trecho sagrado queriam chegar rapidamente ao seu destino. Ou seja, não iam acrescentar dias à sua viagem, andando para trás.

Por isso, para percorreres o trajeto Português da Costa, deves sair do Porto e seguir até São Pedro de Rates. Aí, sim, vira em direção ao oceano, passando por povoações como Fão, Esposende e Marinhas. É neste trilho que vais encontrar a mais antiga referência ao Caminho de Santiago em Portugal. Em Castelo do Neiva, na Igreja Paroquial da localidade, está uma evocação, datada de 862, a Santiago. Foi encontrada em obras de restauro do edifício, sendo que o registo é de D. Nausti, antigo bispo de Coimbra. Para quem vive o trecho sagrado, é um local obrigatório de visita.

Em Caminha, continua pelo território nacional. Avançando com a companhia do rio, podes parar em Vila Nova de Cerveira e em Valença do Minho, local em que voltas a encontrar o Caminho Central.

O Albergue de Caminha.

Regressando aos nossos protagonistas. Com a sinalização completa, parte do objetivo inicial estava cumprido. Por isso, chegava, agora, o tempo de uma nova fase. Esta deu-se em chegou em 2012, com a Câmara Municipal e a Santa Casa da Misericórdia de Caminha, a inauguraram o Albergue de Peregrinos nesta vila, com 32 camas. A gestão ficou a cargo da nossa associação favorita, que continua, até hoje, a dinamizar o espaço de forma séria e com a abertura de espírito típica de quem peregrina até Compostela.  

Portanto, o Albergue de Caminha é especial, pois é feito por pessoas que, com o seu trabalho, recuperaram um importante percurso e, por isso, tratam dele como um tesouro partilhado por todos. Assim, quando nos aproximamos das portas brancas que compõem a entrada, temos uma sensação de chegada a casa.

Aqui, os peregrinos jantam juntos, cantam e nascem amizades para a vida. Se passares pela localidade que faz fronteira com o mar, já sabes que, aqui, vais ter uma receção calorosa por parte dos voluntários que fazem um excelente trabalho como hospitaleiros e facilitadores de conversas peregrinas. 

Aproveita! 

O Calendário Social do Caminho Português de Santiago.

Assim sendo, agora deves perceber o porquê de termos um carinho especial por esta associação. É em função do seu bom trabalho ao longo dos anos que a escolhemos para participar no nosso calendário, que já podes comprar aqui!

Para a ajudar, 50% dos lucros das vendas do calendário da nossa comunidade vai para a AACS. Com esse dinheiro, a associação vai calcorrear uma nova aventura: redescobrir o fantástico Caminho do Norte, tal como fizeram com a trajetória da Costa. Esta travessia antiga está algures entre o percurso central e a rota da costa. Com o teu auxílio, eles vão poder adquirir a tinta amarela para marcar o trilho, pagar o transporte das viagens e, ainda, alimentar-se, durante a jornada que se prevê dura!

1 Response
  1. Cristina Borges

    Quando dizem envio a 9 e 10 de janeiro quer dizer que qualquer encomenda feita depois dessas datas fica sem efeito?? Porque mantêm a opção de compra em aberto? Já paguei pelo calendário e custos de envio, como sou reembolsada? Agradeço resposta logo que possível a este comentário e aos dois emails que enviei entretanto.

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