“A Caminho” com o Carlos


Hoje partilhamos a experiência do Carlos, um peregrino experiente que completou o seu 4º Caminho de Santiago. Após uma tentativa frustrada em 2021, onde as bolhas o forçaram a desistir em Pontevedra, em 2022, voltou mais preparado e alcançou Santiago. No ano seguinte, fez o Caminho com o seu filho João Ricardo, e agora, inspirado pelo entusiasmo da sua filha Maria Eduarda, decidiu enfrentar a aventura novamente. Com o “bichinho” do Caminho já está enraizado, esta caminhada foi uma experiência familiar inesquecível.


1. Porque decidiste fazer o Caminho? Entre decidir e ir, quanto tempo passou?
Este foi o meu 4° caminho. Em dezembro de 2021 fiz o primeiro mas as bolhas forçaram-me a desistir em Pontevedra. Em junho de 2022 voltei a fazer com um grupo. Preparei-me melhor e protegi os pés convenientemente. Desta feita, cheguei a Santiago. Em junho do ano passado, fiz com o meu filho João Ricardo (agora com 14 anos) e ele ficou com o bichinho que transmitiu à irmã Maria Eduarda (11 anos) que me pediu para o fazer este ano. Foi essa a razão que me levou a fazê-lo novamente (para além de eu próprio já ter o bichinho em mim) e por isso, foi praticamente um ano que se passou entre o decidir e o ir.

2. Qual foi o Caminho que escolheste fazer?
O Caminho central

3. Quantos dias demoraste? 
6 dias


4. Que etapas fizeste?
Valença/Porriño, Porriño/Redondela, Redondela/Pontevedra, Pontevedra/Caldas de Reis, Caldas de reis/Padrón e Padrón/Santiago de Compostela


5. Como te preparaste fisicamente para o caminho? 
Tive que perder uns quilitos (12kg em 2 meses) para não castigar tanto os pés e aproveitei o facto de viver junto aos Alpes franceses para fazer umas caminhadas de 2 ou 3 horitas pela montanha com os meus filhos, já que eles iam fazer o caminho comigo. Isso foi muito bom para a Maria Eduarda perceber o que aí vinha.

6. sozinho ou acompanhado? Se foste acompanhado, com quem? 
Fui acompanhado dos meus dois filhos.

7. Qual foi o momento mais difícil? 
Perto do final da 4a etapa, tivemos que vestir os impermeáveis à pressa porque de repente, começou a chover imenso. Ficamos todos molhados na mesma e tive receio que os meninos constipassem. Passada uma hora chegamos ao albergue e um chuveiro bem quente resolveu o assunto.

8. O que te deixou mais surpreendido no trajeto? 
A facilidade com que o João Ricardo o fez e a resiliência e boa disposição da Maria Eduarda ao longo de todo o caminho.

9. Qual foi a melhor refeição do caminho?
Foi em Padrón na taberna Paraíso. Essencialmente tapas. Polvo, calamares, secretos de porco ibérico e claro está, pimentos Padrón.


10. Quem é que conheceste no caminho que nunca vais esquecer? 
Na 3a etapa entre Redondela e Pontevedra, está um senhor na beira do Caminho com fruta, água e outras coisas que disponibiliza aos peregrinos. Tem lá sempre uma guitarra junto dele e eu aproveito a cada vez que lá passo para fazer uma paragem e tocar e cantar uma musiquita para quem quiser ouvir. Desta vez, em troca ele ofereceu-me a fruta que os meninos pediram para comer.

11.O que não pode faltar na mala de um peregrino?
Vaselina, meias para caminhar (nunca de algodão), água e barritas de cereais.

12. Se só pudesses dar uma dica às pessoas que estão a pensar fazer o caminho, qual seria?
Teria várias, porque aprendi com cada caminho que fiz, mas se só posso dar uma, aqui vai: O melhor remédio para as bolhas é evitá-las. Protejam os pés porque há muitas formas de tratar as bolhas quando elas aparecem mas das dores, não se livram.

13. Qual foi a tua reação quando chegaste a Santiago? 
Nos 3 caminhos que completei, a reação foi a mesma. Feliz por ter conseguido e triste por ter acabado. Neste em particular, senti-me muito orgulhoso dos meus filhotes. Do João Ricardo porque desta vez, ele fez aquilo com uma perna às costas e da Maria Eduarda por me ter surpreendido pela positiva. Foi sobretudo uma experiência que nunca iremos esquecer. Estou separado da mãe deles e é com ela que eles passam a maior parte do tempo. Isto também serviu para fortalecermos os laços que nos unem. A quem puder, eu aconselho a fazerem o caminho com os filhos. É extremamente gratificante.

14. Tens alguma música que marque o teu caminho para acrescentarmos à nossa playlist? 
Tenho 3: I know how to speak dos Manchester Orchestra, Satellite de Lola Marsh e Milord de Edith Piaf.



"A Caminho" com o Grupo de Jovens da Camacha

Nem sempre sabemos quando começa o verdadeiro caminho. Às vezes é numa conversa entre amigos, noutras num desejo que cresce devagar. Para o Grupo de Jovens da Camacha, foi uma vontade partilhada feita de fé, amizade e vontade de ir mais longe. Este caminho ganhou forma entre passos dados em grupo, dores partilhadas e silêncios que dizem tudo. Foi preciso coragem para partir, resiliência para continuar, e coração aberto para encontrar sentido em cada gesto, cada abraço, cada desafio. Não foi só uma peregrinação foi uma travessia interior, onde cada etapa trouxe descobertas e cada chegada foi também um recomeço. Lê o artigo completo e deixa-te levar. Talvez o teu caminho também comece aqui.

"A Caminho" com a Carlotta

Alguns caminhos começam com uma mala, outros começam com uma rendição. Para Carlotta, o Caminho não era apenas um percurso por Espanha e Portugal era uma tábua de salvação, um espelho e uma rebelião silenciosa contra tudo o que já não se encaixava. Caminhou através do medo, do silêncio e da luz das estrelas, confiando que cada passo revelaria algo essencial. Nesta entrevista, partilha como o Caminho se tornou a sua bússola, guiando-a pela transformação, pela solidão e pela redescoberta da humanidade. A sua história é um lembrete de que, às vezes, a estrada nos conhece melhor do que nós mesmos.

"A Caminho" com a Cátia

Há caminhos que não se percorrem apenas com os pés, percorrem-se com o coração aberto e a alma disposta a transformar-se. Para a Cátia, o Caminho foi mais do que uma viagem: foi um reencontro com o silêncio, com a natureza e com tudo o que precisava de curar. Cada etapa foi um mergulho profundo, e cada passo, uma libertação. Nesta partilha sincera e emocionante, descobrimos como o Caminho pode ser um espelho daquilo que somos… e daquilo que estamos prontos a deixar para trás. Vem sentir cada palavra.

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