Guia para iniciantes do Caminho Português de Santiago.

Este Guia para iniciantes do Caminho de Santiago dá-te todos os detalhes que precisas para fazer o trajeto sem dúvidas. Lê, aqui, sobre todas as dúvidas partilhadas pelos peregrinos, antes de começar o percurso, para não te distraíres a procurar a informação em vários sites diferentes. 

O que é o Caminho Português de Santiago?

O nosso guia para iniciantes do Caminho de Santiago está aqui para te responder a essa pergunta. É um trecho milenar, atravessado por milhares de pessoas, anualmente. O Caminho tem, pelo menos, 281 percursos oficiais, sendo que, desses, 3 são portugueses. Alguns saem de Lisboa, outros de Vila Real de Santo António, mas a maioria das pessoas começa o percurso na cidade do Porto.  

Vamos, então, aqui, falar um pouco dos diferentes Caminhos de Santiago portugueses. 

  1. Caminho Português de Santiago Central.

O mais antigo (e percorrido) de todos os Caminhos de Santiago, em Portugal. Começa em Lisboa, passando pelas emblemáticas cidades de Coimbra e Porto, até à capital galega. Excelente para quem quer conhecer o Portugal profundo, as suas histórias e maravilhar-se com as paisagens ao longo de um mês. Com 620 quilómetros entre as diferentes capitais, isto significa cerca de 25 dias a andar ou 5 de bicicleta (Se quiseres ler mais sobre fazer o percurso de bicicleta, podes ler aqui). 

Este é um dos Caminhos com a história mais interessante. Tem ligação direta à vida económica e social de Portugal e da Galiza, pois o Rei Manuel I percorreu estas estradas duas vezes! Também a Rainha Santa Isabel, depois da morte de D. Dinis, peregrinou nesta fabulosa viagem, tendo mesmo sido mais tarde sepultada com um bastão de peregrina.
Se quiseres saber mais sobre este percurso, podes ler o nosso artigo, aqui

2. Caminho Português da Costa. 

Este Caminho começa no Porto e vai sempre junto ao mar. No entanto, este trajeto tem uma particularidade: é dividido em 2! A partir do Porto, podemos ir sempre pelas margens do oceano ou afastar-nos um pouco e seguir dentro das montanhas de Portugal. Sem desmérito para qualquer uma das etapas, esta opção de escolha é atrativa para qualquer caminheiro, pois dá-nos liberdade total de como passar o dia. Também, em Caminha, temos de fazer uma escolha. Ou vamos diretos para Espanha, mantendo-nos a observar o mar, até Redondela, ou seguimos até Valença, vendo o rio Minho até esta localidade. 

Algumas pessoas dizem ser este o “verdadeiro” Caminho português de Santiago, quando a tradição começou, há 10 séculos atrás. Contudo, o importante, mesmo, é a viagem interior. Por falar nisso!

3. Caminho Português do Interior  

O Caminho menos conhecido dos já referidos, sendo que foi dos últimos a ser certificado pelo governo português, ainda em 2021. Fazendo 205 quilómetros em território português, este percurso vai de Viseu até Chaves, com ligação à já mais conhecida “Via da Prata”, em Espanha.  As infraestruturas são pouco abonatórias, pois tem, apenas, 10 albergues e poucos deles a funcionar em permanência. Todavia, é uma nova forma de descobrir a beleza de Portugal, aos poucos. Aos que já fizeram esta aventura, escrevam nos comentários o que acharam!

Preparativos para o Caminho de Santiago

Esta é uma daquelas perguntas que afetam todos os peregrinos. Agora que decidimos qual o trecho a fazer, como nos preparamos para caminhar até à Praça do Obradoiro?

Vamos começar com o mais importante. O que levar? 

Já escrevemos um artigo sobre o assunto, que poderás ler aqui, no entanto, deixamos também um resumo. 

Uma mochila, daquelas de campismo, para te dar uma a brisa nas costas e conseguires guardar, de forma confortável, o necessário para a viagem, ou seja, uma muda de roupa, para ires lavando alternadamente com a que trazes no corpo, e um cantil de água ou outro tipo de reservatório. Também deves ter contigo, a todos os momentos, os documentos e o certificado do peregrino, já que os albergues só aceitam pessoas com tudo em ordem, para a segurança de todos. 

A mochila, apesar de ser uma decisão que muda de pessoas para pessoa, deve ter apenas 10% do nosso peso total. Por exemplo, se pesares 70 quilos, tenta manter-te com um limite máximo de 7 quilos. Apesar de esta métrica ser subjetiva, pode ajudar-te a planear e a levar apenas o essencial. 

No entanto, quase tudo isto pode ser encontrado no caminho. As infraestruturas são boas e as pessoas ainda melhores. Há um dizer, entre caminheiros: “o caminho dá-te tudo o que precisas”.

Backpack with seashell symbol of Camino de Santiago, trekking boots and poles leaning on stone wall. Pilgrimage to Santiago de Compostela. Copy space

Sobre o certificado de peregrino, este pode ser adquirido em sedes de associações de amigos do peregrino, igrejas e, até, em albergues. Se começares a tua aventura sem ele, não é problema de maior, mas podes não ter acesso ao menu peregrino, à hora de almoço.

E a a preparação física? 

Também já conversámos sobre este assunto, antes. Por isso, podes ler aqui, em detalhe, tudo o que sabemos sobre a preparação física, antes do caminho.
A maioria das pessoas consegue fazer o percurso sem dificuldades de maior, mesmo sem qualquer tipo de preparação. Isto porque, tal como o autor, Agostinho Leal escreve no seu livro, “Memórias de Peregrino”, devemos parar, quando estamos cansados, e comer, quando temos fome. Se a fadiga for demasiada, basta sabermos qual é o albergue mais próximo e ficar lá a descansar. 

Contudo, se tiveres uma lesão a meio do caminho, há serviços de apoio ao peregrino que podes e deves contactar para te levaram até a um local seguro e parar um pouco. 

Por falar em lesões, nunca esquecer um pequeno kit de primeiros socorros. Nunca sabemos quando se dão os acidentes e mais vale estar preparado do que remediado. 

Para quem quiser mesmo treinar, o melhor é começares a fazer caminhadas regulares e levares uma mochila com peso para te habituares à sensação de teres uns quilinhos a mais. 

E quando devo fazer o Caminho de Santiago?

A resposta poética pode ser: quando quiseres. Mas isso não engloba a quantidade de obrigações de uma pessoa. É por isso que a maioria de nós faz o caminho nas suas férias. 

No entanto, quando vemos os albergues cheios, em agosto, o calor insuportável e o tempo gasto em filas de supermercado, começamos a refletir sobre o assunto. 

Assim, o melhor mesmo é ir na altura baixa de férias, como maio e junho ou setembro.  Nesse caso, é aconselhável levares um bom saco de cama, pois pode ficar frio à noite. Na primavera e no final do verão, temos alguma companhia, durante o percurso, mas não em excesso. Está calor, no entanto, sem as temperaturas de agosto. Para melhorar, como há menos pessoas pelos trilhos, os comerciantes vão tratar-nos muito melhor. A política nestas terras é: “com tempo, tudo se faz”. Porém, quando 30 alemães querem uma cervejinha e uns petiscos e há uma fila ainda maior a chegar, os pequenos empresários tendem a perder-se um pouco no excesso de trabalho, prejudicando o serviço. 

Basta ires mais cedo (ou mais tarde) e tens o melhor dos dois mundos. Albergues com espaço e restauração com tempo. 

Guia para iniciantes do Caminho de Santiago: Conclusão

E aqui está, um mini-roteiro do que precisas de saber para fazer o Caminho Português de Santiago. Deixámos alguma informação importante de parte? Diz-nos nos comentários! 

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