“A Caminho” com a Maria Valentim


Maria Valentim, desde a adolescência, sentiu o apelo do Caminho de Santiago. Em setembro de 2024, após um período de introspeção, decidiu aventurar-se sozinha pelo Caminho Português, partindo de Caminha. Ao longo de sete dias, Maria viveu experiências transformadoras, conheceu pessoas inesquecíveis e superou desafios que a marcaram profundamente.

Nesta entrevista, ela partilha connosco os momentos mais significativos da sua peregrinação e as lições que o Caminho lhe proporcionou.

1. Porque decidiste fazer o Caminho? Entre decidir e ir, quanto tempo passou?
Era ainda adolescente quando ouvi falar pela primeira vez no caminho de Santiago. Inicialmente associava a uma peregrinação de cariz religioso, mas com o tempo compreendi que poderia ser muito mais do que isso. Sempre pensei que um dia iria fazer o caminho que tanto ouvia falar. Há dois anos, com o final de uma relação amorosa e um período difícil, decidi que deveria fazer o caminho. Esperei por companhia que, por diversos motivos, não foi possível conciliar. Portanto, num fim-de-semana antes de iniciar o caminho, comprei tudo o que seria necessário e meti na cabeça que naquelas férias iria fazer o caminho de Santiago. Parti a 17 de setembro de 2024.

2. Qual foi o Caminho que escolheste fazer?
Sai de Caminha. Optei pelo caminho português.


3. Quantos dias demoraste? 
7 dias

4. Que etapas fizeste?
Segui o meu ritmo. Não me guiei por etapas. Fiz o caminho sem olhar ao tempo ou etapas. Demorei-me em Pontevedra e adorei conhecer Arcade.

5. Como te preparaste fisicamente para o caminho? 
Eu já tenho o hábito de fazer caminhadas e faço regularmente treinos, pelo que não fiz nenhuma preparação em específico.

6. Sozinho ou acompanhado? Se foste acompanhado, com quem? 
Fui sozinha e foi uma experiência inesquecível e maravilhosa.

7. Qual foi o momento mais difícil? 
Pontevedra porque fiquei sem rede no telemóvel e acabei por ficar confusa nas ruas da cidade. Com o pânico, só consegui ter a capacidade de me guiar em sentido contrário às setas amarelas algum tempo depois.

8. O que te deixou mais surpreendida no trajeto? 
A beleza das paisagens e a amabilidade dos locais. Em Porriño cruzei-me com um senhor que me fez companhia algum tempo e me deu os conselhos mais bonitos, que irei guardar para sempre.

9. Qual foi a melhor refeição do caminho?
A refeição de chegada a Santiago.

10. Quem é que conheceste no caminho que nunca vais esquecer? 
Uma peregrina dinamarquesa com quem me cruzei várias vezes ao longo do percurso, um grupo de portugueses que iniciou o caminho em Pontevedra com o objetivo de fazer o caminho Espiritual e o senhor de Porriño.

11. O que não pode faltar na mala de um peregrino?
Lenços 😂 tive de comprar lenços porque as minhas alergias não me deixaram em paz 🤣

12. Se só pudesses dar uma dica às pessoas que estão a pensar fazer o caminho, qual seria?
Arriquem. Sozinhos ou acompanhados, apenas peguem na mochila e nas botas e partam à aventura. É, provavelmente, a experiência mais enriquecedora e transformadora que a vida poderá oferecer. E, se não conseguirem, não desistam. O caminho só nos mostra que, tal como na vida, existem altos e baixos e que somos capazes de ultrapassar todas as dificuldades que encontramos.


13. Qual foi a tua reação quando chegaste a Santiago? 
Pensei, assim que entrei na praça: “e agora o que é que eu faço?”. Acabei por me sentar no chão da praça e, sem qualquer pensamento, simplesmente chorei e pensei: “Conseguiste. Tu consegues tudo o que quiseres. Foste capaz”. Foi um misto de sentimentos. Se, numa primeira fase, senti que não tinha reação, por outro lado, pensei no quão enorme e importante foi fazer este caminho. O que eu deixei para trás, o que eu pedi em pensamentos, o que eu senti que poderia conseguir no futuro. Senti-me pequenina e gigante, e é tão difícil descrever o que senti.

14. Tens alguma música que marque o teu caminho para acrescentarmos à nossa playlist? 
Sí no estás de Íñigo Quintero



"A Caminho" com o Grupo de Jovens da Camacha

Nem sempre sabemos quando começa o verdadeiro caminho. Às vezes é numa conversa entre amigos, noutras num desejo que cresce devagar. Para o Grupo de Jovens da Camacha, foi uma vontade partilhada feita de fé, amizade e vontade de ir mais longe. Este caminho ganhou forma entre passos dados em grupo, dores partilhadas e silêncios que dizem tudo. Foi preciso coragem para partir, resiliência para continuar, e coração aberto para encontrar sentido em cada gesto, cada abraço, cada desafio. Não foi só uma peregrinação foi uma travessia interior, onde cada etapa trouxe descobertas e cada chegada foi também um recomeço. Lê o artigo completo e deixa-te levar. Talvez o teu caminho também comece aqui.

"A Caminho" com a Carlotta

Alguns caminhos começam com uma mala, outros começam com uma rendição. Para Carlotta, o Caminho não era apenas um percurso por Espanha e Portugal era uma tábua de salvação, um espelho e uma rebelião silenciosa contra tudo o que já não se encaixava. Caminhou através do medo, do silêncio e da luz das estrelas, confiando que cada passo revelaria algo essencial. Nesta entrevista, partilha como o Caminho se tornou a sua bússola, guiando-a pela transformação, pela solidão e pela redescoberta da humanidade. A sua história é um lembrete de que, às vezes, a estrada nos conhece melhor do que nós mesmos.

"A Caminho" com a Cátia

Há caminhos que não se percorrem apenas com os pés, percorrem-se com o coração aberto e a alma disposta a transformar-se. Para a Cátia, o Caminho foi mais do que uma viagem: foi um reencontro com o silêncio, com a natureza e com tudo o que precisava de curar. Cada etapa foi um mergulho profundo, e cada passo, uma libertação. Nesta partilha sincera e emocionante, descobrimos como o Caminho pode ser um espelho daquilo que somos… e daquilo que estamos prontos a deixar para trás. Vem sentir cada palavra.

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