“A Caminho” com a Marta


No meio de uma fase turbulenta, a Marta escolheu parar para respirar, e nesse gesto, reencontrou-se.
Em 29 dias de descoberta entre Lisboa e Santiago, foi a própria transformação que a marcou, a diferença entre quem parte e quem chega, e tudo o que acontece pelo caminho.

Feito com coragem, curiosidade e um espírito incansável de aventura, o seu testemunho mostra que o Caminho é tanto um percurso físico como uma travessia interior.

Lê a entrevista completa e inspira-te por esta jornada única.


1. O que te motivou a fazer o Caminho?
Estava a passar por uma má fase a nível pessoal e precisava de um escape à realidade. Surgiu a ideia de fazer o Caminho, era a oportunidade perfeita para abrandar, respirar e viver uma experiência que, embora já tivesse vivido noutros Caminhos, seria muito diferente e mais enriquecedora.

2. Quanto tempo passou entre decidires e começares o Caminho?
Dois meses.

3. Que caminho escolheste e porquê?
Escolhi o Caminho Português Central partindo de Lisboa. Fazia todo o sentido para mim ir de Lisboa, a minha terra natal, a Santiago de Compostela a pé e passar por locais que de outra forma nunca conheceria. Sentia imensa curiosidade em saber como o Caminho estava marcado, que infraestruturas existiam, se pessoas sabiam da sua existência. E queria muito fazer a etapa entre Valença e Ponte de Lima para passar na terra natal do meu pai como peregrina.

4. Quantos dias demoraste?
Demorei 29 dias de Lisboa até Santiago de Compostela.

5. Que etapas fizeste e quais foram as mais marcantes?
Fiz as etapas todas desde Lisboa até Santiago de Compostela. A primeira e a última etapa foram as mais marcantes porque a pessoa que eu era no primeiro dia não foi a mesma que chegou a Santiago. E constatar isso, durante a última etapa, foi um momento importante.

6. Como te preparaste física e mentalmente para o Caminho?
Frequentava o ginásio quando decidi fazer o Caminho, conhecia as minhas limitações físicas e sabia em que ponto devia parar se estivesse em dificuldade. Mentalmente foi mais fácil, a vontade de fazer o Caminho e o gosto pela aventura foram mais do que suficientes para pôr os pés ao caminho.

7. Fizeste o Caminho sozinho ou acompanhado? Se acompanhado, com quem?
Fiz o Caminho sozinha, mas em nenhum momento senti a solidão. Como se costuma dizer “Nunca estás sozinho no caminho”, e encontrei sempre pessoas fantásticas nas alturas em que mais precisava.

8. Qual foi o momento mais desafiante?
Todas as etapas de Lisboa a Tomar foram muito desafiantes tanto física como psicologicamente. Os primeiros dias são sempre mais complicados, as etapas em si não são interessantes e são muito duras fisicamente, existem poucas infraestruturas de apoio e não se encontram muitos peregrinos no Caminho.

9. Houve algo que te surpreendeu durante o caminho?
O que mais me surpreendeu foram as pessoas que fui encontrando ao longo do Caminho. Não esperava ser tão bem recebida da maneira que fui nos locais que parei, visitei e pernoitei.

10. Qual foi a melhor refeição que tiveste no caminho?
Foi no Albergue de Conimbriga, jantei com três peregrinos, um deles fez uma refeição caseira que era uma receita da sua avó materna, fizemos uma oração antes da refeição, ouvimos fado, partilhámos histórias, foi como um jantar de família.

11. Onde encontraste a melhor estadia ao longo do percurso?
É difícil escolher só um. Fiquei em sítios onde fui muito bem recebida, outros que tinham infraestruturas bastante completas, e outros onde a companhia foi o suficiente para tornar tudo perfeito. A ter que escolher apenas um, escolheria a Casa São Sebastião em Rubiães.


12. Conheceste alguém que te marcou?
Tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas, de várias partes do mundo, com histórias bastante distintas, e todas me marcaram. Fizeram parte do meu Caminho e do meu crescimento pessoal e foram muito importantes para que eu chegasse a Santiago de Compostela.

13. O que não pode faltar na mochila de um peregrino?
Vontade de caminhar e espírito de aventura!

14. Como te sentiste ao chegar a Santiago?
Senti-me leve e em paz, com o sentimento de dever cumprido. Por um momento as dores físicas desapareceram. Estava feliz por chegar, mas ao mesmo tempo triste porque tinha acabado. Sabia que seria difícil voltar à realidade a partir dali.

15. Tens alguma música que marque o teu caminho para acrescentarmos à nossa playlist?
The Greatest Showman – From Now On

16. Se só pudesses dar uma dica às pessoas que estão a pensar fazer o caminho, qual seria?
Diria para irem, sem receio, sozinhas ou acompanhadas. Mas vão porque vai valer a pena.

17. Houve alguma aprendizagem ou mudança pessoal que tenha resultado da experiência?
Sim, cresci muito enquanto pessoa e conheci uma versão minha que não sabia que existia. Aprendi que temos que parar para viver, a vida é simples e não precisamos de muito para sermos felizes.

18. Após completares o Caminho, sentes que a experiência correspondeu às tuas expectativas iniciais? De que maneira?
Superou todas as minhas expectativas. Conheci pessoas fantásticas, passei por locais lindíssimos e superei-me a cada passo dado. Em nenhum momento pensei em desistir porque todos os dias eram de superação, aprendizagem e partilha.

19. Participaste em alguma celebração ou evento cultural ao longo do Caminho? Como foi essa experiência?
Não, passei por locais onde celebravam a Missa do Peregrino mas não participei. Apenas assisti à Missa do Peregrino quando cheguei a Santiago de Compostela.

20. Se tivesses que descrever o Caminho em três palavras, quais seriam?
Extraordinário, enriquecedor e único.

21. Tens planos de fazer o Caminho novamente ou explorar outras rotas?
Sim, quero muito fazer o Caminho Francês e o Caminho do Norte. Este ano planeio fazer o Caminho de Finisterra.


"A Caminho" com a Sónia

Há caminhos que se percorrem com os pés, e outros que se fazem com o coração. Para Sónia, o Caminho de Santiago foi ambos uma jornada física e espiritual, iniciada com a urgência de se reencontrar consigo mesma. Sozinha, mas profundamente acompanhada pelas suas emoções, enfrentou silêncios, sombras e paisagens que a ensinaram que a felicidade pode ser simples, e que o amor é sempre a resposta. Nesta entrevista, partilha como cinco dias de peregrinação se tornaram num regresso à sua essência.

"A Caminho" com a Bruna

Nem sempre a motivação para partir vem de um único lugar. Para Bruna, o Caminho foi um gesto de gratidão, um desafio pessoal e uma oportunidade de reencontro consigo mesma. Sozinha, mas aberta ao mundo, percorreu trilhos entre natureza e silêncio, descobrindo que cada passo tem o poder de curar, transformar e revelar. Nesta entrevista, Bruna partilha como o Caminho a ensinou a confiar, a observar com calma e a seguir em frente, um passo de cada vez. Porque, como diz, quando se quer muito, o corpo acompanha e a mente floresce. Lê a entrevista completa ⬇️

"A Caminho" com o Filipe

Há quem descubra o Caminho por livros, outros por histórias ou documentários. O Filipe descobriu-o ao vivo, nas férias em Moledo, ao ver peregrinos passarem com o olhar focado e a mochila às costas. A curiosidade transformou-se em vontade, e a vontade num primeiro passo. O que começou como uma caminhada junto ao mar tornou-se num ritual de liberdade, comunhão e descoberta pessoal. Entre quedas inesperadas, encontros marcantes e almoços triunfais, Filipe aprendeu que o Caminho não se faz só com os pés, faz-se com o coração aberto. E é isso que partilha nesta entrevista.

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