“A Caminho” com a Mariana


Há desejos que se guardam durante anos, como sementes à espera do momento certo para germinar. Para a Mariana, bastaram duas semanas entre o impulso e o primeiro passo e o Caminho fez o resto. Com leveza, força e uma vontade antiga que vinha dos livros, percorreu cada quilómetro como quem se reencontra com algo que sempre soube que lá estava.

Nesta entrevista, descobrimos como o Caminho central português se tornou palco de desconexão, descoberta e gargalhadas partilhadas entre bocadilhos e jogatinas de UNO.

Vem conhecer a história de quem não pensou muito… e simplesmente foi.


1. O que te motivou a fazer o Caminho?
Quando era miúda li o livro “Diário de um mago” do Paulo Coelho e fiquei sempre com aquele bichinho de fazer o caminho.

2. Quanto tempo passou entre decidires e começares o Caminho?
Duas semanas 😉

3. Que caminho escolheste e porquê?
Caminho português central, mais por conveniência e distância à minha cidade Natal. Fiz a etapa Ponte Lima – Valença num fim de semana com amigos e decidi fazer o restante “à séria” continuando de onde tinha parado 😊

4. Quantos dias demoraste?
5 dias

5. Que etapas fizeste e quais foram as mais marcantes?
Valença – OPorriño,
OPorriño-Arcade,
Arcade – A Cancela,
A Cancela – Padron,
Padron – Santiago

Foram todas especiais pelos seus vários motivos, o caminho é tão especial que uma vez que começamos tudo mais se desvanece, ao fim de alguns km já parecia que estávamos naquela situação à vários dias, deu mesmo para desligar de todas as circunstâncias das vidas corridas.

6. Como te preparaste física e mentalmente para o Caminho?
Sendo um desejo já antigo a partir do momento que decidi fazer foi só ir 😉 Eu por norma treino todos os dias por isso fisicamente não foi necessária preparação e mentalmente bastou a motivação de concretizar algo idealizado já desde miúda

7. Fizeste o Caminho sozinho ou acompanhado? Se acompanhado, com quem?
Acompanhada, da minha irmã e de uma grande amiga.

8. Qual foi o momento mais desafiante?
Nós tivemos uma etapa de 30 km, e na noite anterior a essa etapa ficamos num albergue onde havia uma pessoa que ressonava muito alto, de maneira que naquela noite a única pessoa que dormiu foi quem ressonava. Por isso o esforço dos 30 km mais uma noite menos bem dormida foi durinho!

9. Houve algo que te surpreendeu durante o caminho?
A maneira como eu me desliguei completamente de tudo o resto. Normalmente quando vou de férias custa-me a entrar no espírito de férias devido ao trabalho que faço mas quando fiz o caminho foi instantâneo. Bem dizem que caminhar na natureza é um anti-stress natural 😊

10. Qual foi a melhor refeição que tiveste no caminho?
Normalmente almoçamos um “bocadillo” de queijo e presunto e que bem que sabia 🤤😝


11. Onde encontraste a melhor estadia ao longo do percurso?
O albergue que mais gostei foi o Albergue Casa Alvar, em Arcade. Nesse dia começamos a caminhar um pouco mais cedo e devido às características da etapa chegamos relativamente cedo ao destino, depois de um bom banho nada melhor que uma boa cerveja e uma boa jogatina de UNO 😊

12. Conheceste alguém que te marcou?
Penso que o caminho serve, em parte, para conhecermos um bocadinho mais de nós 😊 um dos jantares nos albergues foi giro porque ser meio comunitário e nos “obrigarem” a fazer a refeição todos juntos, nessa noite estavam cerca de 11 nacionalidades diferentes à mesa 👌🏻

13. O que não pode faltar na mochila de um peregrino?
Água 😝 e o bom e velho impermeável 😅

14. Como te sentiste ao chegar a Santiago?
A sensação é avassaladora! Depois de tantos quilómetros e em especial quando “entrámos” em Santiago ainda faltam uns 2 ou 3 quilómetros para a catedral. E quando se vê a catedral é mesmo um sentimento de ” consegui, estou aqui!”

15. Tens alguma música que marque o teu caminho para acrescentarmos à nossa playlist?
Mafalda Veiga – Restolho

16. Se só pudesses dar uma dica às pessoas que estão a pensar fazer o caminho, qual seria?
Não penses muito, só vai!

17. Houve alguma aprendizagem ou mudança pessoal que tenha resultado da experiência?
Não há nada que valha a nossa saúde mental!

18. Após completares o Caminho, sentes que a experiência correspondeu às tuas expectativas iniciais? De que maneira?
O livro do Paulo Coelho é sobre uma das outras por isso não ia com grandes expectativas porque já sabia que não ia ser igual, contudo a experiência foi brutal e sensacional!

19. Participaste em alguma celebração ou evento cultural ao longo do Caminho? Como foi essa experiência?
Não.

20. Se tivesses que descrever o Caminho em três palavras, quais seriam?
Imperativo, desafio, força

21. Tens planos de fazer o Caminho novamente ou explorar outras rotas?
Sim, havia planos para fazer o caminho português da costa já este ano, mas devido a situações que não se controla tivemos que adiar, para o ano talvez, ou para o final do ano 😝


"A Caminho" com o Grupo de Jovens da Camacha

Nem sempre sabemos quando começa o verdadeiro caminho. Às vezes é numa conversa entre amigos, noutras num desejo que cresce devagar. Para o Grupo de Jovens da Camacha, foi uma vontade partilhada feita de fé, amizade e vontade de ir mais longe. Este caminho ganhou forma entre passos dados em grupo, dores partilhadas e silêncios que dizem tudo. Foi preciso coragem para partir, resiliência para continuar, e coração aberto para encontrar sentido em cada gesto, cada abraço, cada desafio. Não foi só uma peregrinação foi uma travessia interior, onde cada etapa trouxe descobertas e cada chegada foi também um recomeço. Lê o artigo completo e deixa-te levar. Talvez o teu caminho também comece aqui.

"A Caminho" com a Carlotta

Alguns caminhos começam com uma mala, outros começam com uma rendição. Para Carlotta, o Caminho não era apenas um percurso por Espanha e Portugal era uma tábua de salvação, um espelho e uma rebelião silenciosa contra tudo o que já não se encaixava. Caminhou através do medo, do silêncio e da luz das estrelas, confiando que cada passo revelaria algo essencial. Nesta entrevista, partilha como o Caminho se tornou a sua bússola, guiando-a pela transformação, pela solidão e pela redescoberta da humanidade. A sua história é um lembrete de que, às vezes, a estrada nos conhece melhor do que nós mesmos.

"A Caminho" com a Cátia

Há caminhos que não se percorrem apenas com os pés, percorrem-se com o coração aberto e a alma disposta a transformar-se. Para a Cátia, o Caminho foi mais do que uma viagem: foi um reencontro com o silêncio, com a natureza e com tudo o que precisava de curar. Cada etapa foi um mergulho profundo, e cada passo, uma libertação. Nesta partilha sincera e emocionante, descobrimos como o Caminho pode ser um espelho daquilo que somos… e daquilo que estamos prontos a deixar para trás. Vem sentir cada palavra.

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