Como escolher o melhor calçado para fazer o Caminho de Santiago

O que levas calçado é a escolha mais importante para fazeres o Caminho de Santiago de forma segura, evitando lesões e dificuldades desnecessárias, durante o trajeto. Por isso, escrevemos este artigo para te ajudar a fazer a decisão que melhor se adapta a ti. Lê até ao fim, para saberes mais sobre as opções disponíveis, as melhores práticas na altura da compra e, ainda, algumas sugestões!

Por que razão deves escolher bem o teu calçado para fazer o Caminho de Santiago? 

A resposta para a pergunta, qual o calçado para fazer o Caminho de Santiago, é simples! Afinal, o calçado tem diversas funções. Botas ou sapatilhas de qualidade protegem-te dos riscos exteriores, como do sol e da chuva, e, também, dos interiores. Por exemplo, a humidade criada nos pés, quando se faz um grande esforço físico. Além disso, qualquer que seja o produto que utilizas para proteger esta estrutura óssea deve-se adaptar à tua passada. 

Sim, porque todas as pessoas andam de forma diferente. Continua a ler, para saberes mais sobre os movimentos dos pés e como isso deve influenciar a tua escolha! 

Como funciona o andar? 

O ato de andar segue um ritmo semelhante em todas as pessoas. Normalmente, está dividido em seis movimentos diferentes, contudo, nem sempre é assim. Algumas pessoas, devido ao seu tipo de pé, podem desenvolver formas de caminhar mais complexas. Os tipos de pés que existem são:

  • Pé com arco plano; 
  • Pé com arco normal; 
  • Pé com arco elevado; 

Desta forma, cada um modifica a forma como este membro, responsável pela mobilidade, embate no chão. Assim sendo, deves descobrir de que modo o teu pé se inclina, para distribuir o peso, aquando do embate com o solo. Estes são: 

  • Supinação: Normal em Pés com arco elevado. 

O exterior do calcanhar embate no chão a um ângulo maior, com pouca ou nenhuma inclinação para dentro, resultando numa enorme transição de choque através da ante perna. 

  • Neutro: Normal em pés com arco normal. 

O pé apoia-se no exterior do calcanhar, depois, inclina-se para dentro, para absorver o choque e suportar o peso do choque. 

  • Pronação: Normal em pés com arco plano.
    O pé apoia-se no exterior do calcanhar, depois, inclina-se demasiado para dentro, transferindo o peso para fora e não para a planta do pé. Pode levar a lesões como canelite, fascite plantar e, até, joanetes. 

Como podes descobrir se tens um andar pronador ou supinador?

Há duas formas de o fazeres: 

  1. Observa o desgaste das tuas solas. 

Se olhares para o que tens calçado agora, é bem provável que vás encontrar a resposta que procuras. Principalmente, se já forem sapatos velhos. Dito isto, tenta identificar o local em que estão mais gastos. 

Se tiveres a parte de fora com mais marcas de uso, então, tens o andar supinador, tal como 10% da população. Por outro lado, se for a parte de dentro aquela em que se nota mais os teus caminhos, então, tens uma passada pronador. Também não estás a sós aqui, já que partilhas esse traço com 45% das pessoas. Se não notares nenhuma diferença significativa, tens aquilo que se chamada o andar neutro, que é o mais saudável, já que distribui o peso por todo o pé. 

  1. Olha para as tuas pegadas. 

Este método, apesar de menos prático do que o anterior, é igualmente eficaz. Para o fazeres, precisas de 3 elementos: Os teus pés, água e uma folha de papel.  

Pode parecer caricato, mas só precisas de molhar um dos teus pés e ver que tipo de marca é que ele deixa no papel. Esta vai-te fazer o traçado do teu andar, identificando as áreas em que fazes mais pressão. 

Segue estas imagens para te ajudar a identificar os três tipos de passada e qual a tua:


Os vários tipos de pé e como estes podem levar a uma forma de passada.

Que calçado escolher em cada um dos casos? 

Sejam sapatilhas, botas ou sapatos desportivos, o mercado adaptou-se a estas diferentes situações, criando soluções para cada uma delas. Procura por estas características, quando escolheres o teu calçado para o Caminho de Santiago. 

  • Amortecimento:  adequado ao passo supinador
  • Controlo de estabilidade: adequado ao passo neutro.
  • Controlo de movimento: adequado ao passo pronador. 

Agora que vimos como a tua passada deve influenciar a escolha do calçado, vamos começar a pensar no Caminho. 

Além dos fatores que te são naturais, como a forma como caminhas, deves, também, ter em conta o percurso que vais fazer. Estas 3 perguntas vão-te ajudar a perceber qual o calçado mais adequado para ti. 

O tipo de estrada que vais encontrar, durante a tua jornada, é essencial para compreenderes qual o tipo de calçado que vais precisar para te acompanhar nesta aventura. No caso do trajeto até à capital da Galiza, cada um tem características diferentes. Desta forma, todos os solos são diferentes: num terreno montanhoso, pode ser mais indicado levares uma botas pesadas, para te darem estabilidade. Ou, se sabes que o percurso é, maioritariamente, em terra batida, é possível que prefiras algo mais leve. Por isso, o primeiro passo é saberes qual o teu estilo de peregrinação.

  • Como vais fazer o Caminho? 

Ou seja, em quantos dias pensas fazer; vais ou não levar mochila contigo, durante a caminhada, ou vais contratar um serviço de transporte? Se ainda estás na dúvida, então, um calçado de caminhada pode ser o que precisas, porque tende a ser mais ajustável às diferentes experiências.

  • Quando vais fazer a peregrinação?  

Quem já fez o Caminho de Santiago sabe que São Pedro gosta de misturar condições atmosféricas, na região da Galiza. As pessoas daquela região até têm um provérbio para avisar os novatos destas andanças: “Na Galiza chove sempre”, poderás ouvir na tua travessia. Assim sendo, escolher um calçado com resistência à água pode ser uma boa opção, principalmente, se fores no inverno. 

Que outras características importantes deves procurar no calçado, para o Caminho de Santiago? 

Como vimos acima, há inúmeros fatores que pesam na escolha do calçado para o Caminho de Santiago. Contudo, apesar de ser uma decisão complexa, mais informação pode ajudar-te a ter uma ideia daquilo que melhor se adapta a ti. Por isso, tem em conta estes pontos:

  • Suporte. 

Nas grandes caminhadas, os terrenos são misteriosos. Portanto, precisas de toda a ajuda possível, para te manteres estável, durante a passada. Isto porque o solo pode pregar-te partidas, aumentando o risco de lesão. Um sapato sólido é o apoio de que precisas nesses momentos. 

Por esse motivo, a sola tem de ser resistente, para garantir a tua segurança. Do mesmo modo, a borracha deve fornecer proteção contra os elementos externos, como a terra. Ao mesmo tempo, não pode ser pesada, mantendo a estabilidade da tua passada.

  • Respirabilidade;  

Quando alguém faz um grande esforço físico, o nosso corpo lança calor. O mesmo acontece quando caminhamos. Por isso, o calçado deve permitir a ventilação necessária para que os pés não fiquem demasiado quentes, concentrando humidade. 

Esta é a principal responsável pelas terríveis bolhas que os peregrinos tantas vezes sentem. Assim sendo, o tecido tem de ter a capacidade de absorvê-la, mantendo uma temperatura saudável. 

  • Peso; 

No percurso milenar, todos os quilogramas contam. Então, o peso do calçado é um fator importante, no momento da escolha. Isto porque quanto mais pesado for o par de sapatos, mais difícil vai ser a aventura.

No entanto, há sempre o revés da medalha, pois são os que mais pesam que oferecem a maior proteção contra o ambiente externo. Por exemplo, ténis de corrida permitem maior leveza, ao longo da travessia, mas menor segurança. 

Deste modo, o importante é encontrares um balanço com o qual te sintas confortável. É, também, por isso que, antes da travessia até Santiago de Compostela, te deves preparar, principalmente, se não tens o hábito de caminhar.  

  • Amortecimento;  

A pressão que um simples passo faz é suficiente para influenciar todo o funcionamento do corpo, impactando nas articulações tão sensíveis como os joelhos. Por isso, quão melhor preparado estiver o teu calçado para absorver esse “choque”, mais dificilmente sofres com lesões ou dores ao fim do dia. 

  • Conforto; 

Mais à frente, vais ter uma pequena lista, para te ajudar a escolher o calçado mais confortável! 

Além da segurança, o calçado precisa de estar confortavelmente adaptado ao teu pé, para desfrutares desta viagem incrível que é o trilho até à capital da Galiza. Isto implica a sensação térmica, a facilidade de mover a estrutura óssea e o espaço disponível para que a pele não friccione no tecido. Afinal, é este último ponto o principal responsável pelas bolhas.

  • Durabilidade;  

O calçado para o Caminho de Santiago é um investimento e, como tal, deve durar muito tempo. É importante, pois o percurso é longo e deves ter a segurança de saber que não vais ficar sem a tão necessária proteção a meio do trilho. 

  • Proteção; 

Por fim, o objetivo principal do calçado é proteger-te das condições do caminho. No percurso milenar, não é diferente, já que tens uma grande quantidade de solos diferentes, como falámos há pouco, com características únicas entre eles.  

Qual o tipo de calçado disponível? 

Com tantas sugestões, deves-te estar a perguntar: Afinal, quais são as minhas opções? Não te preocupes, deixamos-te aqui algumas sugestões, com os pontos negativos e positivos de cada uma, para que possas escolher! 

Botas: 

Este calçado é o primeiro no qual pensas, quando começas a fazer caminhadas. Contudo, apesar de ser uma escolha sólida e usada por muitos peregrinos, também tem os seus pontos negativos, já que podem ser demasiado pesadas, para iniciantes.  

No entanto, são ótimas para épocas frias em que a chuva se faz sentir. Além disso, dão-te maior estabilidade para atacares de frente o caminho, esteja ele molhado, seco ou, apenas, transformado.

Pontos positivos: 

  • Os calcanhares têm mais suporte em terrenos com relevo e ao carregar mochilas. 
  • Dão maior estabilidade. 
  • Duram mais tempo. 
  • A maioria é resistente à água. 

Pontos negativos: 

  • Mais pesadas do que as restantes opções. 
  • Menos flexíveis do que ténis, por isso, é preciso um maior período de adaptação. 
  • Não permitem ao pé respirar. 

As nossas sugestões: 

Tanto por tão pouco. Com boa aderência, adapta-se ao formato do teu pé, promovendo uma passada confortável por todo o trajeto. Além disso, a chuva da Galiza já não vai ser um problema. A boa impermeabilização deste produto ajuda-te a manter os pés secos, mesmo se fores praticar o teu Caminho para as montanhas altas da Serra da Estrela, nos meses em que cai neve.

Quem precisa de uma boa bota por um bom preço tem aqui a MH500. Quente para quando estiveres a peregrinar, nos meses de inverno, e confortável, para quando o caminho já vai longo, quem a usa sabe que chega ao seu destino com os pés em condições. 

Botas pensadas para serem (muito) usadas. Amortece todos os passos, em qualquer terreno, para poderes fazer o Caminho de Santiago à chuva e ao sol. Além do mais, são tão confortáveis que te vais sentir imediatamente à vontade.

Ténis: 

Bons para ir ao pão ou, até, à Capital da Galiza. Quando comparados às sapatilhas de corrida, são bem mais pesados, mas nunca ao ponto de serem comparados a botas. Estáveis, são tendencialmente mais duráveis do que outras opções, sendo flexíveis na sua utilização. Excelentes para quem sabe que não está a fazer uma corrida e quer aproveitar cada momento do trajeto em segurança.

Pontos positivos

  • Protegem mais os pés do que o ténis;
  • São flexíveis, precisando de menor tempo de adaptação;
  • Alguma estabilidade no terreno. 

Pontos negativos

  • Sem suporte para os calcanhares. 
  • Menos duráveis do que botas. 

As nossas sugestões: 

Opção perfeita, para quem gosta de um calçado leve. No verão, mantém os pés frescos, evitando humidade em excesso, e, por consequência, bolhas. Além disso, são bonitos! 

O seu design moderno, mas discreto, é apenas uma das qualidades deste calçado de montanha. Estejas em terrenos frios e chuvosos ou no calor abrasador do verão ibérico, este calçado protege-te. Adapta-se, também, ao teu pé, de forma confortável, para conseguires chegar mais longe. 

Conforto, aderência e resistência. É com estas palavras que a Merrel trabalha os seus sapatos de caminhada. Porque quem conhece o mundo dos trilhos sabe que estes parceiros de travessia precisam de ser leves para te ajudar a chegar mais longe, mas fortes para aguentar o teu passo.

Sapatos Desportivos ou de Trail Running. 

Cada vez mais pessoas escolhem sapatos desportivos e por bons motivos. Leves e cada vez mais resistentes, são uma boa opção para quem quer fazer a travessia sem pesos.

Pontos positivos: 

  • Leves e sem, praticamente, nenhum tempo de adaptação necessário; 
  • Permitem ao pé respirar. 

Pontos negativos: 

  • Não oferecem apoio ao calcanhar;
  • Menos duráveis do que botas;
  • A maioria não é resistente à água. 

As nossas sugestões: 

Feito com materiais resistentes, estão prontos para fazeres todo o Caminho de Santiago Português desde Lisboa e voltares, sem que te pesem os pés. Para além do mais, são tão flexíveis que até os pés mais largos se conseguem mover sem dificuldades.

Com este calçado de corrida, os teus passos não te vão deixar no chão. A sua sola dura dá-te a estabilidade de que precisas para fazer a Serra da Labruja e desceres até Redondela, sem qualquer acidente. Vale a pena investir em boas marcas.

Não te deixes enganar pelo seu aspeto duro. Estes ténis de corrida são pequenas nuvens para os teus pés. Os peregrinos mais experientes recomendam-nos a qualquer pessoa que goste de fazer longas caminhadas.

Sandálias. 

Pode parecer, mas não regressaste aos primórdios do percurso de Santiago. As sandálias são uma boa opção para pessoas que ganham, facilmente, bolhas nos pés. Isto porque permitem ao ar quente sair, sem que este fique preso ao tecido. 

Pontos positivos: 

  • Menos possibilidade de bolhas;
  • Leves. 

Pontos negativos: 

  • As fivelas podem magoar;
  • Os pés estão mais expostos aos elementos;
  • Menos resistentes. Se a fivela se rasga, ficas sem calçado. 

As nossas sugestões: 

Confortáveis, leves e frescas: estas sandálias têm tudo o que precisas para fazer o Caminho de Santiago de forma cómoda. Faz frente às bolhas, com um calçado que, com um ar elegante, se adapta ao teu pé. 

Feitas com um material robusto e durável, aguentam todos os Caminhos de Santiago que quiseres fazer. Ao mesmo tempo, dão estabilidade no andar e amortecem os choques das passadas. 

Podes levá-las para a praia, para o trabalho ou ir com elas até à Capital da Galiza. Além de serem confortáveis, são também versáteis. O seu visual moderno vem acompanhado com a tecnologia indicada para estabilizar os teus passos, no percurso milenar.

5 dicas para escolheres o calçado certo para ti! 

Agora que sabes tudo sobre os vários tipos de calçado adequados ao Caminho de Santiago, deixamos-te mais algumas sugestões, para o momento da compra. Sejam botas ou sapatos desportivos, o importante é que te sintas confortável. Não te esqueças de que tens muitos quilómetros pela frente!

  1. Primeiro, tens de saber que número calças. Consoante a marca, este pode mudar, por isso, experimenta sempre, antes. Além disso, não deves só pensar no comprimento do pé, mas, também, na sua altura. Assim, vais conseguir um calçado confortável e adequado a ti. 
  2. No final do dia, os pés incham. Portanto, quando experimentares, tenta fazê-lo ao cair do sol.
  3. Tenta perceber se o pé encaixa de forma confortável no calçado. Usa a técnica que todos conhecemos de colocar o polegar na biqueira. Não deve estar nem muito perto nem muito longe. 
  4. Dá uma volta pela loja, para perceber se gostas da sensação. Pensa no conforto e no peso para te ajudar. 
  5. Começa a praticar com a tua nova aquisição, bem antes de fazeres o percurso milenar! 

O que te falta para começares o Caminho Português de Santiago? 

Agora que sabes como escolher o calçado para fazer o Caminho de Santiago, só te falta começar a planear a aventura. Usa o nosso website para recolher toda a informação necessária e para te fazeres ao Caminho Português de Santiago. 

Se precisares de companhia, sabe que, no trilho, nunca estás a sós. Aliás, nem antes, já que temos uma comunidade incrível com mais de 70 mil pessoas prontas a ajudar-te a palmilhar as estradas que nos levam a Santiago de Compostela. 

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