“A Caminho” com o Carlos


Às vezes, basta uma conversa de café para mudar o rumo dos nossos passos. Foi assim que o Carlos, sem grandes planos nem expectativas, decidiu embarcar no Caminho de Santiago. O que começou como um desafio físico entre amigos, rapidamente se transformou numa experiência de superação, descoberta e reconexão.

Entre bolhas, chuva e jantares memoráveis, o Caminho revelou-se um espelho, e Carlos aprendeu que, por vezes, o mais marcante não são os encontros com os outros, mas o reencontro connosco.

Lê a entrevista completa e deixa-te inspirar por esta jornada feita de simplicidade, resiliência e transformação. 👣✨


1. O que te motivou a fazer o Caminho?
Foi numa simples conversa de café com um amigo que já tinha o sonho de fazer o Caminho. Sem pensar muito, alinhei e ainda bem.

2. Quanto tempo passou entre decidires e começares o Caminho?
Eu diria que umas 3-4 semanas.

3. Que caminho escolheste e porquê?
Caminho Português desde Valença.

4. Quantos dias demoraste?
5 dias.

5. Que etapas fizeste e quais foram as mais marcantes?
1 Etapa: Valença – Redondela
2 Etapa: Redondela – Pontevedra
3 Etapa: Pontevedra – Caldas de Reis
4 Etapa: Caldas de Reis – Padrón
5 Etapa: Padrón – Santiago de Compostela

Acho que todas foram marcantes à sua maneira, a primeira por ter sido a mais longa, por ter feito as primeiras mazelas no corpo. A última por ser a última, pela chegada a Santiago, à Praça do Obradoiro. Depois as restantes etapas tem todas as suas histórias

6. Como te preparaste física e mentalmente para o Caminho?
Diria que não fizemos grande preparação, todos fazíamos ginásio. Além disso jogava futsal duas vezes por semana e andava de bicicleta. Eu e o Duarte chegamos a fazer uma caminhada de 22km, uma subida e descida ao Santuário de Nossa Sra da Graça em Mondim de Basto.

7. Fizeste o Caminho sozinho ou acompanhado? Se acompanhado, com quem?
Fiz acompanhado com mais 3 amigos, Duarte, Joana e Ana.

8. Qual foi o momento mais desafiante?
Acho que o mais desafiante foi tudo o que veio depois do primeiro dia. As virilhas ficaram assadas logo nessa primeira etapa, no segundo dia surgiram as primeiras bolhas, e ainda antes de chegar a meio do Caminho já sentia dores no tornozelo. O cansaço começou a pesar, e a chuva persistente que nos acompanhou nos primeiros dias não ajudava. Cada passo exigia mais do corpo e da mente. A mochila parecia mais pesada, o ritmo custava a manter e o moral oscilava. Foi um verdadeiro teste à resistência física e à capacidade de resiliência. Mas é também nesses momentos que o Caminho se revela, quando continuamos, mesmo com vontade de parar.

9. Houve algo que te surpreendeu durante o caminho?
Há uma energia especial no Caminho que aproxima as pessoas de forma muito genuína.


10. Qual foi a melhor refeição que tiveste no caminho?
Todos os dias, o jantar era o grande momento. Destaco especialmente o de Pontevedra e os de Padrón, A Casa da Leña e A Bodega do Roxo. Surpreenderam pela comida, pelo ambiente e pelo merecido descanso.

11. Onde encontraste a melhor estadia ao longo do percurso?
Todas as estadias foram boas, melhores do que estávamos à espera.

12. Conheceste alguém que te marcou?
Fomos conhecendo algumas pessoas, mas acho que conhecer-me a mim mesmo foi o que mais me marcou.

13. O que não pode faltar na mochila de um peregrino?
Agulha e linha.

14. Como te sentiste ao chegar a Santiago?
Senti-me revigorado, cheio de uma energia incrível, esquecendo mesmo as dores que tinha.

15. Tens alguma música que marque o teu caminho para acrescentarmos à nossa playlist?
TC – Everything for a reason

16. Se só pudesses dar uma dica às pessoas que estão a pensar fazer o caminho, qual seria?
Preparem a mochila e vão, leves tanto na mochila como na cabeça, apenas o essencial. O Caminho tem o dom de mostrar o que realmente importa — basta dar o primeiro passo.

17. Houve alguma aprendizagem ou mudança pessoal que tenha resultado da experiência?
Aprendi a valorizar a simplicidade e percebi que devemos acreditar mais em nós mesmos, mesmo quando surgem dúvidas ou dificuldades.

18. Após completares o Caminho, sentes que a experiência correspondeu às tuas expectativas iniciais? De que maneira?
Superou completamente! Inicialmente, pensava que seria apenas uma caminhada longa e desafiante, mas acabou por ser uma experiência transformadora. O convívio com outros peregrinos, a simplicidade dos dias, o esforço físico e a beleza dos caminhos fizeram-me desligar da rotina e reconectar comigo mesmo. Senti uma paz e clareza mental que não esperava, e voltei com uma sensação de conquista e renovação que levarei para a vida.

19. Participaste em alguma celebração ou evento cultural ao longo do Caminho? Como foi essa experiência?
Não.

20. Se tivesses que descrever o Caminho em três palavras, quais seriam?
Desafio, partilha, transformação.

21. Tens planos de fazer o Caminho novamente ou explorar outras rotas?
Sem dúvida! O Caminho deixa saudades. Gostava de repetir, explorar novas rotas e continuar o Caminho de Santiago a Finisterra.


"A Caminho" com o Grupo de Jovens da Camacha

Nem sempre sabemos quando começa o verdadeiro caminho. Às vezes é numa conversa entre amigos, noutras num desejo que cresce devagar. Para o Grupo de Jovens da Camacha, foi uma vontade partilhada feita de fé, amizade e vontade de ir mais longe. Este caminho ganhou forma entre passos dados em grupo, dores partilhadas e silêncios que dizem tudo. Foi preciso coragem para partir, resiliência para continuar, e coração aberto para encontrar sentido em cada gesto, cada abraço, cada desafio. Não foi só uma peregrinação foi uma travessia interior, onde cada etapa trouxe descobertas e cada chegada foi também um recomeço. Lê o artigo completo e deixa-te levar. Talvez o teu caminho também comece aqui.

"A Caminho" com a Carlotta

Alguns caminhos começam com uma mala, outros começam com uma rendição. Para Carlotta, o Caminho não era apenas um percurso por Espanha e Portugal era uma tábua de salvação, um espelho e uma rebelião silenciosa contra tudo o que já não se encaixava. Caminhou através do medo, do silêncio e da luz das estrelas, confiando que cada passo revelaria algo essencial. Nesta entrevista, partilha como o Caminho se tornou a sua bússola, guiando-a pela transformação, pela solidão e pela redescoberta da humanidade. A sua história é um lembrete de que, às vezes, a estrada nos conhece melhor do que nós mesmos.

"A Caminho" com a Cátia

Há caminhos que não se percorrem apenas com os pés, percorrem-se com o coração aberto e a alma disposta a transformar-se. Para a Cátia, o Caminho foi mais do que uma viagem: foi um reencontro com o silêncio, com a natureza e com tudo o que precisava de curar. Cada etapa foi um mergulho profundo, e cada passo, uma libertação. Nesta partilha sincera e emocionante, descobrimos como o Caminho pode ser um espelho daquilo que somos… e daquilo que estamos prontos a deixar para trás. Vem sentir cada palavra.

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