Caminho de Santiago: As lesões mais comuns.

O Caminho de Santiago pode ser um exercício simples, para a maioria das pessoas. O desafio tende a revelar-se, para além do desgaste físico, mais mental do que corporal. Sentimos o cansaço, logo pensamos. Contudo, as lesões não deixam de ser possíveis, até para os mais preparados peregrinos. Apesar da maioria ser leve – como bolhas-, é sempre importante ter cuidado e saber como evitar momentos mais desconfortáveis, durante a peregrinação.

Como evitar as bolhas nos pés, durante o caminho de Santiago.

No Caminho de Santiago, as lesões são desagradáveis como as tão incomodativas bolhas! Consomem tempo, disposição e, por vezes, até, dinheiro. Nos piores casos, infetam, colocando em causa toda a tua peregrinação. No entanto, com as recomendações certas, são evitáveis.

O primeiro a fazer é comprar os ténis certos.

A maioria das bolhas acontece, pois, no momento da compra, faz-se uma escolha pelas sapatilhas menos adaptadas ao percurso a percorrer. Por isso, tem em conta o seguinte: primeiro, o calçado tem de ser um pouco maior, quando comparado ao teu pé. Por exemplo, se calças o 38 e, na loja, te sugerirem o 40, não te assustes.  É até possível que te sintas um pouco ridículo com uns ténis tão largos e desproporcionais, mas repara: ao longo da caminhada, os pés incham. A sério! A culpa é da gravidade. Ao passarem muitas horas a caminhar, esta puxa o sangue para as veias das pernas, deixando passar alguma água, causando o inchaço.

O que leva às bolhas. 

Qualquer fricção repetitiva consegue causá-las! As bolhas não passam de reservatórios de fluido que protegem a pele, quando esta está sob pressão. O que acontece, principalmente, se passares vários quilómetros por dia a andar. A combinação entre inchaço e bolhas é, assim, natural.

Por isso, em segundo lugar, o melhor conselho é mesmo: para quando preciares. Às vezes pensamos que mais 5 ou 6 quilómetros não é nada, para quem já fez 20 no mesmo dia, mas o pior acontece sempre à chegada do destino. Uma bolha, se não permitir a continuação normal do percursos, pode infetar e é melhor perder um dia de caminhada do que o trajeto por inteiro.  

Por isso, com os ténis corretos, já bem estreados, meias secas e saber quando parar são as melhores indicações para prevenir bolhas.

Como evitar as dores nas pernas. 

Neste artigo, usamos dores nas pernas como nome genérico para qualquer dor que rode à volta da tíbia– o osso principal osso da perna. É, claro, comum em corredores, dançarinos e peregrinos.

Tende a acontecer, devido a um excesso de esforço por parte do caminheiro. Por exemplo, fazendo 30 quilómetros (como a etapa que nos leva de Barcelos a Ponte de Lima) sem estar habituado. Apesar de ser desconfortável, a maioria dos casos pode ser resolvida com descanso e colocando gelo na zona infetada. 

Esta dor deve-se aos movimentos feitos repetivamente, como andar, principalmente, com mais peso acumulado. Esta é a combinação do caminho de Santiago: vários quilómetros por dia mais uma mochila pesada. 

Uma boa forma de evitar esta dor é distribuir a força pelo corpo. Por isso, a utilização de bastões ajuda a prevenir lesões desnecessárias, obrigando a uma postura correta por parte  do caminheiro. 

Dores no joelho. 

As lesões no joelho são as mais complexas das que elencámos no artigo, pois estão ligadas ao terreno partilhamos com outros tantos peregrinos. Por este ser desnivelado – basta pensar nas estradas de terra batida, por exemplo,  ou nas descidas até Pontevedra – obriga a articulação a dobrar-se e a desdobrar-se. O que vai contra a sua natureza inflexível. Isto, acrescentado o peso das mochilas, é a oportunidade imperfeita para uma lesão difícil de acompanhar e de cuidar. Obrigando, muitas vezes, a terminar o caminho mais cedo. Para prevenir, há que apostar numa caminhada auxiliada pelo bastão, que oferece uma estabilidade acrescida ao percurso. Antes do começo da caminhada, é sempre boa ideia alongar um pouco.

Caminho de Santiago: o que fazer em caso de lesão. 

Ainda que o caminho de Santiago seja um percurso seguro, feito por milhares de pessoas, anualmente, não é impossível acabar o dia com uma lesão. Nesses casos, é importante ter sempre à mão o cartão de seguro de saúde da União Europeia, se fores cidadão europeu. Facilita a entrada nos hospitais e pagas, apenas, o que pagarias no teu país de origem. O que pode levar uma poupança significativa!

Qual é, para ti, a pior lesão, no Caminho de Santiago? Partilha connosco! 

6 Responses
  1. Maria Teixeira

    No meu caso tive uma lesão no joelho, de um momento para o outro fiquei quase sem andar, o que me valeu foi o bastão, mas terminei o meu caminho de uma forma muito dolorosa. Mais tarde ressonâncias feitas detetaram uma lesão na rótula. Ainda hoje não sei como é que a fiz.

  2. Andreia Carina Cruz Santa Maria

    Olá eu fiz o caminho recentemente e sinto me muito grata não tive mazelas, só dores musculares, inchaço dos pés no final do dia. Para as dores recomendaram me ben u ron e cremes por ex voltaren. O inchaço dos pés, descanso e muita hidratação (cremes gordos como vaselina ou Nivea) e resultou, mas cada pessoa tem a sua forma de tratar das lesões. Levei botas de caminhada usadas e caminhei e corri antes de fazer o caminho, não só para o caminho mas porque a actividade física para mim é importante. Bom caminho

  3. Graça Almeida

    Em Abril deste ano, ao fazer o Caminho das Geiras e Arreeiros, depois de passar as etapas tecnicamente mais difíceis, até Castro Laboreiro, numa fase simples, mesmo ao chegar a Cortegada, pousei o pé numa pedra que resvalou e fiz um luxação grave no tendão tornozelo direito, apesar de usar botas espectaculares, Salomon.
    Não satisfeita, continuei no dia seguinte, só com Brufen 400, Voltaren e gelo.
    Passadas que estão 2 semanas após voltar a Portugal, tive de consultar ortopedista, estou em casa sem trabalhar hà 2 semanas e, ainda não consigo esticar completamente o tendão.
    Tratamento: repouso, não usar calçado raso, Naproxeno 500, 3X/dia mergulhar pé em água fria com sal e Fisiocreme.
    Fica a dica.

  4. Mario

    No meu 1°Caminho o Central desde Lisboa a lesão foi na Canela , parei 30 minutos para descansar e comer qualquer coisa ,de volta ao Caminho e ,passados 500 metros de volta deu me uma dor intensa na canela , ainda me arrastei até ao albergue,coloquei gelo e tomei algo para as dores, no dia seguinte ainda fiz a etapa depois fiquei parado 3 dias à espera que melhora se , como tal ñao aconteceu fui para casa.
    No Caminho da Costa foi o gelo nos passadiço que me fez tombar e torcer o tornozelo. Já vou no meu 4 Caminho realizado na totalidade,há dias assim….

    1. Vítor

      No ano passado no caminho que fiz com cerca de 120km, fiz no primeiro dia ao km 10 um entorse no pé esquerdo, com ajuda de um pé elástico que levei, gelo e anti-inflamatório no terceiro dia completei o caminho sem grandes problemas. Só fiz tratamento quando regressei. Este ano já fiz mais um com 240 km sem nenhum problema entre outras caminhadas mas, de vez em quando ainda sinto desconforto no referido pé.

  5. Felix Oliveira

    A subida da Labruja, na etapa entre Ponte de Lima e Rubiães, apresenta dificuldade, relativa à preparação do peregrino. No meu caso foi um esforço intenso, que provocou uma contratura num musculo de uma das coxas. Quando começou a descida eram insuportaveis as dores e o maior conforto foi fazer as descidas de costas. Solução, descansar procurar relaxar o musculo, massajar e se possivel recorrer a agua quente para distender o musculo.

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