“A Caminho” com a Catarina Varges

O Caminho é mais do que um percurso, é um encontro consigo mesma. Para Catarina Varges, caminhar até Santiago foi um desafio pessoal e um convite à solidão escolhida, longe da correria do dia a dia.

Quatro dias, centenas de passos e um silêncio profundo que a acompanhou pela Ecopista do Minho e pelos trilhos até Compostela. Entre a vastidão da natureza e a ausência de peregrinos, encontrou um espaço raro para a reflexão e para testar os seus próprios limites.

Com cada etapa, sentiu o peso da caminhada e a leveza da descoberta. No fim, não foi apenas a chegada a Santiago que marcou a jornada, mas a certeza de que o Caminho transformou mais do que os seus passos, transformou a forma como se vê a si mesma.


Vem conhecer a sua história e inspira-te!

1. O que te motivou a fazer o Caminho?
A necessidade de paz e fuga do dia-a-dia e um desafio pessoal.

2. Quanto tempo passou entre decidires e começares o Caminho?
Mais de 1 ano.

3. Que caminho escolheste e porquê?
Parti de Vila Nova de Cerveira pela Ecopista do Minho até Valença. E depois até Santiago. Escolhi este Caminho por ter só 4 dias para fazer o caminho e pela beleza natural que me referiram ter este Caminho.

4. Quantos dias demoraste?
4

5. Que etapas fizeste e quais foram as mais marcantes?
Etapa 1 – Vila Nova de Cerveira – O Porriño;
Etapa 2 – O Porriño – Pontevedra;
Etapa 3 – Pontevedra – Cruces;
Etapa 4 – Cruces a Santiago de Compostela.

Todas foram muito marcantes.
A etapa 1 foi muito marcante. Pela beleza natural e pela novidade de tudo;
A etapa 2 foi fisicamente bastante exigente;
A etapa 3 por ser muito longa, foi muito marcante;
A etapa 4, foi maravilhosa pela chegada a Santiago e ao objetivo a que me tinha proposto.

6. Como te preparaste física e mentalmente para o Caminho?
Fisicamente preparei-me com muitas caminhadas e ginásio. Psicologicamente, fui caminhando muito sozinha e em locais novos, para me preparar para a solidão em caminhos novos e longos.

7. Fizeste o Caminho sozinho ou acompanhado? Se acompanhado, com quem?
Este foi o meu primeiro Caminho e fiz sozinha.

8. Qual foi o momento mais desafiante?
A chegada a Cruces, já de noite, e com mais de 50kms andados nesse dia.

9. Houve algo que te surpreendeu durante o caminho?
Contrariamente ao que tinha esperado, quase não havia peregrinos no Caminho. Encontrei muito poucos a pé e alguns de bicicleta. Fiz quase todo o Caminho sozinha. O que na verdade, me soube mesmo bem, e foi de encontro aos meus objetivos. Na data em que tinha decidido começar o Caminho (28 de outubro de 2021) estava prevista uma tempestade que acabou por não se verificar. Talvez por isso, não houvessem mais peregrinos no Caminho.


10. Qual foi a melhor refeição que tiveste no caminho?
Na chegada a Santiago. Tortilha sentada numa esplanada. Durante o caminho não fiz grandes refeições, dadas as minhas restrições alimentares. Fui comendo do que levei comigo e do que ia comprando em supermercados (essencialmente fruta fresca, frutos secos e água).

11. Onde encontraste a melhor estadia ao longo do percurso?
Em Santiago de Compostela. No Hotel Herradura.

12. Conheceste alguém que te marcou?
Na verdade não.

13. O que não pode faltar na mochila de um peregrino?
Credencial peregrino, bom calçado e boas meias, roupa (só o essencial), capa impermeável, agasalho, medicamentos, cremes para os pés e pensos para bolhas.

14. Como te sentiste ao chegar a Santiago?
Extremamente feliz pela concretização do Caminho. Um sonho que se tornou realidade. Em êxtase pela superação.

15. Tens alguma música que marque o teu caminho para acrescentarmos à nossa playlist?
Não ouvi música. Nunca liguei auriculares. Só fui ouvindo a natureza e foi incrível.

16. Se só pudesses dar uma dica às pessoas que estão a pensar fazer o caminho, qual seria?
Não iniciem o Caminho sem preparação física e mental. Adaptem as etapas à vossa condição física. E gozem muito cada momento, à vossa maneira e à vossa medida. O Caminho é a melhor parte.

17. Houve alguma aprendizagem ou mudança pessoal que tenha resultado da experiência?
O Caminho, a solidão, e ter a minha companhia com tempo, permitiram reflexões e tempo para mim. Uma das maiores aprendizagens foi a capacidade de ir além daquilo em que acredito ser o meu limite. A capacidade de resiliência foi a melhor aprendizagem.

18. Após completares o Caminho, sentes que a experiência correspondeu às tuas expectativas iniciais? De que maneira?
O Caminho correspondeu e superou as minhas expectativas. A nível prático, surpreendeu-me a marcação do caminho que não me permitiu perder. Também a beleza natural do percurso é inacreditável e mágica. Durante o percurso, que fiz quase sempre em solidão e sem quaisquer peregrinos à minha volta, senti sempre uma presença à minha volta, como se algo me guiasse e acompanhasse.

19. Participaste em alguma celebração ou evento cultural ao longo do Caminho? Como foi essa experiência?
Não participei em qualquer celebração ou evento durante o Caminho.

20. Se tivesses que descrever o Caminho em três palavras, quais seriam?
Superação, beleza, reflexão.

21. Tens planos de fazer o Caminho novamente ou explorar outras rotas?
Depois deste Caminho, fiz, em 2024, Santiago até Finisterra, e conto fazer este ano, o Caminho Inglês de Ferrol a Santiago.


"A Caminho" com a Neuza Graça

O que começa como uma promessa entre amigas pode tornar-se numa tradição que muda vidas, e foi isso que aconteceu com Neuza, cujo Caminho de Santiago nasceu após uma peregrinação a Fátima com mochila às costas. A cada ano, ela e o seu grupo escolhem uma nova rota, e o da Costa levou-a por trilhos junto ao mar, entre desafios, gargalhadas e momentos mágicos que provaram que caminhar transforma muito mais do que o corpo. Entre camarões grelhados, amizades improváveis e noites mal dormidas, ficou a certeza: não é preciso pensar demasiado, só calçar os ténis, abrir o coração e seguir. Lê a entrevista completa e deixa-te inspirar por quem escolheu viver o Caminho com alegria partilhada e vontade de nunca parar.

"A Caminho" com o António Amaro

O que acontece quando adiamos um sonho por cinco anos e, finalmente, decidimos calçar os ténis e seguir o impulso? Para António Amaro, o Caminho revelou-se muito mais do que um percurso entre Valença e Santiago. Foi um mergulho na essência da vida, onde cada pedra simbolizava os próprios desafios pessoais e cada passo o início de uma mudança interior. Feito sozinho, mas recheado de encontros mágicos, este Caminho transformou dúvidas em certezas e confirmou que às vezes, basta começar… o resto, como diz, "vai surgindo naturalmente". Lê, sente, inspira-te… o Caminho começa aqui.

O que levar na Mochila para o Caminho de Santiago

O caminho de Santiago é uma viagem longa. Por isso, é importante saber o que levar e, tão importante, o que não levar. Este artigo tem todas as respostas.

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